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RESUMO Problematizou-se a percepção dos atores dos cursos da área da saúde da Universidade Federal de Goiás quanto ao impacto do Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional em Saúde articulado ao Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (Propet-Saúde) na reestruturação curricular. Realizou-se um estudo transversal com a participação de 300 atores de sete cursos, entre estudantes, tutores, preceptores, professores e coordenadores de graduação. Para isto, foi construído e validado um instrumento atitudinal do tipo Likert com duas dimensões: D1: reestruturação curricular e os princípios do Propet-Saúde e D2: projeto pedagógico do curso e o Propet-Saúde. A validação de conteúdo do instrumento considerou as equivalências semântica, cultural e conceitual, atribuição de pontos (de 1 a 4) e randomização das assertivas. A pontuação gerou três intervalos interpretativos: de 1 a 1,99 (insatisfação); 2 a 2,99 (relativa satisfação) e 3 a 4 (satisfação). Foi feito pré-teste e, após a inserção das contribuições, o instrumento foi aplicado. Após a aplicação, o instrumento foi validado estatisticamente quanto à dispersão e confiabilidade. Foi realizada análise fatorial considerando função e curso. A dispersão por meio da correlação linear evidenciou perda de quatro asserções (11,77%) denotando excelente validação de conteúdo; a confiabilidade foi de 0,93 (p < 0,01), evidenciando ótima densidade estatística. As médias gerais de D1 e D2 foram 3,09 e 3,11 respectivamente, indicando satisfação entre os respondentes. Conclui-se que os participantes reconhecem importantes avanços, como a reestruturação curricular a partir dos programas, inserção dos alunos já no início do curso em cenários de prática, estímulo à interdisciplinaridade, diversificação de práticas avaliativas e uso de metodologias ativas. Na análise fatorial, verificou-se que os cursos de Medicina e Biomedicina mostram-se mais refratários às contribuições dos programas Pró-Saúde e Pet-Saúde. Outros desafios foram apontados, como carga horária excessiva, que dificulta a integração entre cursos e o desenvolvimento da competência em administração/gestão ainda incipiente. A junção dos programas na forma Propet-Saúde deve ser fortalecida, pois evidenciou grande assertividade na organização curricular, bem como na integração ensino-serviço, aspecto central para o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS). |