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A proposta dessa pesquisa é investigar o fenômeno da auxiliaridade verbal em construções modais no português brasileiro (PB). Esse fenômeno envolve a aplicação de regras sintáticas que desencadeiam a formação de predicado complexo, gerando uma sequência verbal na estrutura de superfície. Os verbos desencadeadores desse processo subcategorizam um complemento VP/infinitivo, gerúndio, particípio ou um P InfP. Este deve, entretanto, ser transparente para determinados fenômenos linguísticos locais, como o movimento (longo) do objeto (cf. Rizzi (1982), Aissen e Perlmutter (1983), Burzio (1986), Cinque (2006), entre outros). Os verbos auxiliares se caracterizam também por não imporem restrições (semânticas, temporais e/ou aspectuais) ao seu complemento, sofrerem o fenômeno da transparência de voz, não serem suscetíveis à apassivação e, por fim, seguirem rigidamente a hierarquia de núcleos funcionais proposta por Cinque (2006). Este artigo apresenta os resultados da análise desses fatores nos verbos modais poder, dever e ter de/que. Os dados mostraram que esses verbos se comportam diferentemente em relação aos fatores investigados, revelando estarem em estágios diferentes de gramaticalização. |