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Neste artigo, pretendo analisar a forma como os discursos dominantes sobre acontecimentos recentes da história portuguesa, concretamente o 25 de Abril de 1974 e o 11 de Março de 1975, são questionados em dois filmes de Pedro Costa: Juventude em marcha (2006) e Cavalo dinheiro (2014), respetivamente. Para além dos elementos discursivos, o ensaio propõe também uma análise dos procedimentos formais nos dois filmes de Costa através dos quais a narrativa consensual do 25 de Abril e do Processo Revolucionário em Curso (PREC), assim como os seus discursos emancipatórios, são questionados. Conclui-se que ambos os filmes sugerem que outras histórias estão ainda por atualizar, pondo em causa o consenso da narrativa histórica e, desta forma, gerando dissenso; impedindo, assim, a cristalização da narrativa emancipatória do acontecimento histórico e do subsequente período revolucionário. |