DETECÇÃO DE CASOS DE HANSENÍASE EM DOADORES DE SANGUE INAPTOS DA FUNDAÇÃO CENTRO DE HEMOTERAPIA E HEMATOLOGIA DO PARÁ

Autor: EVO Jorge, AR Gobbo, MB Silva, RC Bouth, SM Silva, PF Costa, JG Barreto, JS Spencer, MP Koury, CG Salgado
Jazyk: angličtina
Rok vydání: 2024
Předmět:
Zdroj: Hematology, Transfusion and Cell Therapy, Vol 46, Iss , Pp S752-S753 (2024)
Druh dokumentu: article
ISSN: 2531-1379
DOI: 10.1016/j.htct.2024.09.1268
Popis: Objetivo: A hanseníase é uma doença infecciosa que afeta população, constituindo um problema de saúde pública no mundo, no qual o Brasil ocupa o segundo lugar na escala global. Dessa forma, este trabalho teve como objetivo detectar os casos de hanseníase nos doadores inaptos da fundação HEMOPA. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal, quantitativo e submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE: 34990920.5.0000.0018). Para a detecção, foi utilizado um biomarcador para direcionar casos de hanseníase por teste de ELISA. Foram avaliados 500 doadores de sangue inaptos atendidos na fundação HEMOPA, no período de 2019 a 2023, e selecionados os indivíduos que apresentaram elevada soropositividade (≥ 0,750 D.O). A partir desse critério, foram convidados para a etapa de avaliação clínica na Unidade de Referência Especializada (URE) Dr. Marcello Candia, onde foram realizados os exames complementares da hanseníase: baciloscopia e biologia molecular (sangue e raspado intradérmico). Resultados: Dos 500 doadores inaptos coletados, 4%(20/500) tiveram sorologia alta, nesses 40%(8/20) aceitaram participar da avaliação clínica. Foram diagnosticados com hanseníase 5 doadores de sangue, nas formas clínicas: 1 primariamente neural, 3 como boderline-tuberculóide e 1 virchowiano. Nos testes laboratoriais aplicados, foram encontrados dois doadores com baciloscopia positiva 25% (2/8). E para os testes biologia molecular foram positivos no qPCR 25% (2/8) no raspado intradérmico e 25% (2/8) foram positivos no sangue periférico. Foi comprovada a presença do DNA do bacilo em dois indivíduos duplo positivo nos testes moleculares e um indivíduo apresentou positividade em todos os testes realizados. Discussão: Embora os critérios de triagem dos bancos de sangue sejam rigorosos, a hanseníase não faz parte das doenças triadas laboratorialmente, e por isso, em casos assintomáticos, essa avaliação pode demonstrar falhas. Diante destes resultados, recomenda-se a investigação com testes para hanseníase em doadores de sangue aptos e em grupo maiores a fim de demonstrar o real panorama da hanseníase nessa população. Ademais, a detecção de novos casos de hanseníase implica em interromper a cadeia de transmissão, no tratamento precoce da doença e em uma maior segurança transfusional. Conclusão: Portanto, a detecção de casos de hanseníase entre os doadores de sangue inaptos é um importante sinalizador de uma possível infecção entre os doadores que são considerados aptos. Assim, sugere-se a investigação para a hanseníase na triagem de doadores e também laboratorialmente nos hemocentros, uma vez que infere a presença do DNA do bacilo no sangue periférico dos doadores inaptos e podem estar presentes nas bolsas de sangue. Este fato sugere uma possível via de transmissão.
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