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Este artigo toma por objeto os expedientes de trabalho adotados por Marc Bloch e Lucien Febvre na administração da Revista dos Annales entre 1929 e 1938. Interpretadas a partir das cartas trocadas entre ambos, as formas de trabalho diretorial são mobilizadas como possíveis meios de apreensão de constrições às quais a revista e seus diretores estavam submetidos, bem como das tomadas de posição de Bloch e Febvre diante dessas constrições. Objetiva-se, dessa forma, demonstrar o potencial das fontes e dos problemas abordados para trazer à luz dimensões menos visíveis, mas não secundárias, do funcionamento da revista em seus primeiros anos e das condições objetivas inscritas nesse funcionamento. Avança-se, nessa chave, a hipótese de que a instabilidade à qual os Annales estão submetidos no período é um elemento central para a compreensão de escolhas editoriais tomadas pelos diretores, que imprimem à revista um tipo de coesão particular, possivelmente relacionada à posterior elevação do periódico à condição de “mito disciplinar” |