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Neste texto apresentamos uma análise em relação aos saberes relativos ao conceito de número nas séries iniciais no estado do Paraná na década de 1970, tanto o que diz respeito ao conteúdo quanto aos encaminhamentos didático-metodológicos que circularam nos cursos de capacitação e aperfeiçoamento dos professores primários. O estudo apoiou-se na História Cultural (Certeau, 1982; Chartier, 1990), mobilizou os conceitos de saberes a e para ensinar de Hofstetter e Schneuwly (2017), no conceito de número (Piaget, 1975, 1981; Dienes, 1967, 1975). Os documentos oficiais orientavam que o “ensino” do conceito de número fosse organizado por uma sequência de atividades baseadas em experiências envolvendo situações concretas, com a utilização de variados materiais manipulativos. Para ensinar o número, percebemos uma ênfase na Teoria de Conjuntos, seguida de orientações para o planejamento de atividades sequenciadas, para atingir as habilidades mentais como: classificar, seriar, ordenar, corresponder e conservar. A proposta metodológica paranaense enfatizava que as atividades deveriam despertar o interesse das crianças para a matemática e o ensino deveria ser gradativo respeitando as fases do desenvolvimento do aluno, ou seja, saberes inerentes às etapas do desenvolvimento do pensamento, do saber sobre o uso pedagógico de materiais e saberes sobre os processos necessários à construção do conceito de número. Uma característica que merece destaque se refere ao fato de observar que no período delimitado neste estudo, a partir das fontes, uma abordagem híbrida que combinava aspectos da teoria piagetiana e elementos da matemática moderna quanto ao “ensino” do conceito de número. |
