Outubro Rosa e mamografias: quando a comunicação em saúde erra o alvo

Autor: Oswaldo Santos Baquero, Elizabeth Angélica Salinas Rebolledo, Adeylson Guimarães Ribeiro, Patricia Marques Moralejo Bermudi, Alessandra Cristina Guedes Pellini, Marcelo Antunes Failla, Breno Souza de Aguiar, Carmen Simone Grilo Diniz, Francisco Chiaravalloti Neto
Jazyk: English<br />Spanish; Castilian<br />Portuguese
Rok vydání: 2021
Předmět:
Zdroj: Cadernos de Saúde Pública, Vol 37, Iss 11 (2021)
Druh dokumentu: article
ISSN: 1678-4464
0102-311x
DOI: 10.1590/0102-311x00149620
Popis: O câncer de mama é o tipo de câncer mais diagnosticado e a principal causa de morte por câncer na população feminina. As mamografias de rastreamento e o tratamento precoce são geralmente os meios mais utilizados na tentativa de reduzir essa mortalidade e são incentivados no Outubro Rosa, uma campanha de divulgação anual. Contudo, estudos recentes têm relacionado o aumento do rastreamento com uma maior morbimortalidade em razão do sobrediagnóstico e do sobretratamento. No presente estudo, avaliaram-se as buscas relativas ao câncer de mama e à mamografia no Google Trends, entre 2004 e 2019, em termos da tendência, da sazonalidade e da distribuição nas Unidades Federativas brasileiras. Avaliou-se também a correlação entre a quantidade de buscas no Google Trends e a quantidade de exames de rastreamento mamográfico. As duas séries tiveram um padrão sazonal com picos em outubro, e houve excesso de exames realizados fora da faixa etária recomendada. O Outubro Rosa transmitiu informações de saúde, as popularizou e induziu comportamentos relativos a informações transmitidas; três aspectos desejáveis na comunicação e na educação em saúde. Porém, gerou um excesso de mamografias de rastreamento e não incentivou a autonomia e o consentimento livre e esclarecido. O Outubro Rosa mostrou o potencial da comunicação em saúde para massas e a necessidade de que as mensagens sejam alinhadas com as melhores evidências científicas.
Databáze: Directory of Open Access Journals