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O século XV presenciou uma apropriação dos recursos das ordens militares pela Coroa portuguesa. Inicialmente, tal processo apostou na entrega do governo destas ordens a diversos membros secundogénitos da dinastia, como se fossem apanágios; a partir de D. João II, porém, verificou-se a tendência para a incorporação destes governos na própria Coroa, que se concluiria definitivamente apenas em 1551. Este longo processo foi acompanhado por uma relação estreita entre a emblemática dinástica e os motivos jacobeus. Iniciada com o infante D. João, condestável do reino e governador da ordem de Santiago, tal relação abrangeu não apenas os detentores de tais dignidades, mas também os próprios soberanos – como foi sobretudo o caso de D. Afonso V. Interligados com o entendimento da expansão ultramarina como cruzada e como prolongamento da Reconquista, os motivos jacobeus estiveram ainda presentes na numária de D. João II e do seu sucessor D. Manuel I, na emblemática de D. Jorge, segundo duque de Coimbra, e, por fim, nas armas atribuídas aos reis do Congo. |