FATORES DE RISCO PARA DEFICIÊNCIA DE VITAMINA D EM PACIENTES PEDIÁTRICOS COM DOENÇA FALCIFORME

Autor: TS Vilela, M Fisberg, GLM Ferrari, JAP Braga
Jazyk: angličtina
Rok vydání: 2024
Předmět:
Zdroj: Hematology, Transfusion and Cell Therapy, Vol 46, Iss , Pp S666- (2024)
Druh dokumentu: article
ISSN: 2531-1379
DOI: 10.1016/j.htct.2024.09.1117
Popis: Objetivos: Identificar possíveis fatores de risco para a hipovitaminose D em crianças e adolescentes com doença falciforme em ambulatório na cidade de São Paulo. Material e métodos: Estudo transversal com crianças e adolescentes de três a dezoito anos com doença falciforme. Os pacientes foram agrupados em dois grupos quanto à deficiência de vitamina D (25-OH-D < 20 ng/mL) e foram avaliados diversos fatores de risco. As variáveis consideradas foram: idade, gênero, raça, gravidade da hemoglobinopatia, uso de hidroxureia, presença de danos crônicos associados à doença falciforme, consumo de vitamina D nos primeiros dois anos de vida, ingestão diária de fontes alimentares de vitamina D, dias de exposição solar, estação do ano da coleta de vitamina D, complicações agudas da doença falciforme (síndrome torácica aguda, crise vaso-oclusiva, infecção), hospitalização e atendimento de emergência. Resultados: Foram avaliados 60 pacientes, com média de idade de 10,80+4,21 anos. A prevalência de deficiência de vitamina D foi de 46,7% (21,02 ± 8,47 ng/mL). Na comparação entre os grupos com e sem deficiência de vitamina D, idade (p = 0,002) e estação do ano da coleta da 25-OH-D (p = 0,005) tiveram significância estatística. Idade apresentou OR 1,23 (IC95%:1,07;1,41 / p = 0,004) e estação do ano da coleta da 25-OH-D encontrou OR 5,21 (IC95%:1,58;17,14 / p = 0,007) para outono/inverno. Após regressão linear, notou-se associação para idade (β = -0,80/ IC95%:-1,29;-0,320/ p = 0,002), dias de exposição solar (β = 0,83/ IC95%:0,07;1,58/ p = 0,032) e coletas de vitamina D em outono/inverno (β = -7,94/ IC95%:-12,02;-3,85/ p = 0,032). Não houve significância estatística para variáveis de complicações agudas da doença falciforme, bem como para achados laboratoriais. Na regressão linear, a vitamina D apresentou associação significativa com hemoglobina (β = 0,025/ IC95%:0,012;0,037/ p = 0,041). Discussão: A redução do tempo de exposição solar durante a pandemia por COVID-19, referida por 51,9% dos pacientes, pode ter levado ao aumento da prevalência de deficiência de vitamina D nesta população. A prevalência de deficiência de vitamina D em países mais setentrionais, por sua vez, é maior quando comparados à países tropicais, resultado da influência da insolação durante as estações do ano. Uma absorção menor de vitamina D por exposição solar com a idade, somado à alta prevalência de suplementação nos primeiros dois anos de idade (78,3%), podem justificar a idade como fator de risco para hipovitaminose D. O estudo não encontrou nenhuma associação significativa das repercussões clínicas da doença falciforme com a deficiência de vitamina D. O valor de hemoglobina significativo na regressão linear sugere associação entre anemia e deficiência de vitamina D. Conclusão: A prevalência de hipovitaminose D nesta população é alta. Idade, estação do ano da coleta da 25-OH-D e dias de exposição solar apresentaram-se como fatores de risco para deficiência. Não houve significância estatística na avaliação das repercussões clínicas na hipovitaminose D.
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