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Testes sorológicos para diagnóstico de hanseníase utilizando o antígeno glicolipídeo fenólico-1 (PGL-1) abriram várias possibilidades para o estudo do comportamento epidemiológico dessa doença. O objetivo do trabalho foi avaliar os resultados da aplicação do teste Elisa anti-PGL-1 em uma comunidade urbana com alta endemicidade de hanseníase no estado de São Paulo. Nela se conseguiu, na época do estudo, coeficientes de detecção e prevalência de 27,1 e 167,2 casos por 10.000 habitantes, respectivamente. Foram recenseados 8.491 residentes na área urbana e destes 6.666 foram avaliados com o teste Elisa IgM anti-PGL1. A sorologia se revelou positiva em 9,0% da população geral, sendo que, para as mulheres, a taxa de positividade encontrada foi de 10,1 % e para os homens de 7,6%. A soropositividade observada entre as mulheres foi maior em quase todas as faixas de idade, exceto na de 50 anos e mais. Entre os doentes registrados a taxa de soropositividade foi de 22,6%. A alta proporção de pessoas clinicamente sadias com sorologia positiva pode indicar infecção subclínica. Algumas questões não puderam ser respondidas neste estudo: quais destes indivíduos poderão vir a manifestar a doença e em quanto tempo. Falta avaliar a sorologia em situação de média e baixa endemia. A baixa sensibilidade do teste prejudica sua adoção indiscriminada para diagnóstico na rotina dos programas de controle. Concluiu-se, entretanto, por não descartá-lo como objeto de pesquisa, aprimorando sua sensibilidade, especificidade e tornando-o de baixo custo. Desse modo, poder-se-ia dispor de mais um instrumento nas atividades do controle e eliminação da hanseníase. |