Caderina-P: Valor Prognóstico na Recidiva Loco-regional do Cancro da Mama
Autor: | Gil Faria, Maria João Cardoso, Diana Martins, Herberto Bettencourt, Isabel Amendoeira, Fernando Schimitt |
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Jazyk: | English<br />Portuguese |
Rok vydání: | 2012 |
Předmět: | |
Zdroj: | Acta Médica Portuguesa, Vol 25, Iss 2 (2012) |
Druh dokumentu: | article |
ISSN: | 0870-399X 1646-0758 41549422 |
DOI: | 10.20344/amp.28 |
Popis: | Introdução: O cancro da mama é o tumor maligno mais frequente e a principal causa de morte nas mulheres em Portugal. Devido à sua relação com a metastização à distância e morte subsequente, a recidiva loco-regional é uma das maiores preocupações no segui- mento destas doentes. São conhecidos diversos factores clássicos de prognóstico para recidiva local, tais como o tamanho do tumor, o estádio tumoral, grau histológico, positividade HER2 e a expressão de receptores hormonais. Contudo, existe heterogeneidade no prognóstico e no comportamento do tumor em doentes com estadiamento semelhante e com a mesma expressão de marcadores mo- leculares de prognóstico. Daí advém a necessidade de descobrir novos factores prognósticos. Uma das possibilidades é a P-caderina, previamente descrita como um possível marcador independente de prognóstico no cancro da mama. O objective deste trabalho foi estudar a correlação da expressão de P-caderina com a recorrência loco-regional do cancro da mama. Material e métodos: Analisámos os registos clínicos de 1432 doentes consecutivos com cancro da mama e tratados na nossa insti- tuição durante um período de 10 anos. Os doentes com recorrência loco-regional (n=101) sem evidência ou história de metastização à distância foram selecionados como casos. O grupo de controlo consistiu em doentes com mais de 10 anos de seguimento, sem progressão da doença oncológica. Em ambos os grupos foram analisadas variáveis demográficas, clínicas, patológicas e molecula- res. Para estudo da expressão da P-caderina, foram construídos Tissue Micro-Arrays a partir de 86 tumores com blocos de parafina disponíveis. Resultados: O tempo médio livre de doença foi de 41 meses e a sobrevida media após a recorrência foi de 33 meses. A taxa de sobre- vivência aos 5 anos foi de 55%. O tamanho do tumor, estadiamento ganglionar e grau histológico foram identificados como marcadores independentes de prognóstico. A P-caderina associou-se com graus histológicos mais altos e tumores sem expressão de receptores hormonais. A P-caderina foi identificada como uma marcador independente de prognóstico para a recidiva livre de doença, mas não para a sobrevivência global. Conclusão: A P-caderina surgiu associada a outros factores já conhecidos de pior prognóstico e a uma relação independente com a sobrevivência livre de doença. A P-caderina pode vir a constituir um alvo terapêutic a explorar, mas o seu real valor biológico ainda não está determinado. Subsiste a dúvida sobre se a P-caderina é um marcador independente de prognósico ou apenas um marcador de um conjunto de características clínico-patológicas relacionadas com pior prognóstico. |
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