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O presente artigo pretende discutir as relações entre o Exército e a Guarda Nacional, naquilo que diz respeito ao recrutamento militar, assim como ao processo de formação do Estado imperial brasileiro. Tal motivação justifica-se pelo fato de que o estudo das instituições militares ser um instrumento privilegiado para a compreensão do processo de formação dos Estados Nacionais. Seguindo de perto este pressuposto, tomaremos como foco de interesse a questão do recrutamento e do alistamento, dois termos semelhantes, mas não necessariamente iguais quando se trata das duas corporações. O recrutamento militar no Brasil imperial era extremamente odiado pela população masculina, especialmente, a adulta, livre e em idade produtiva. Regra geral, os recrutas do Exército eram considerados elementos socialmente desajustados, cujo serviço militar se assemelharia a um corretivo moral. Já o alistamento para a Guarda Nacional não tinha a mesma conotação negativa em comparação com a conscrição militar para o Exército, haja vista que a legislação da guarda determinava que os guardas nacionais deveriam ser cidadãos. Pelo exposto, a Guarda Nacional e o Exército foram duas instituições que atuaram de forma complementar e antagônica no processo de formação do Estado no Brasil imperial no século XIX. |