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O presente artigo analisa o discurso anti-americanista adotado por alguns monarquistas após a proclamação da República no Brasil. Nosso objetivo é entender as representações dos Estados Unidos entre os restauradores e a forma como eles avaliaram as influências exercidas por este país na República brasileira. Nossa metodologia consiste na análise crítica dos escritos de monarquistas como Eduardo Prado e Joaquim Nabuco, principalmente, que, saudosos do Império e críticos do golpe republicano de 1889, questionaram a aproximação do país a um regime político tradicionalmente associado aos anglo-americanos, denunciando tal atitude como uma sujeição aos interesses imperialistas dos Estados Unidos. Desta forma, ao mesmo tempo em que defendiam a aproximação cultural e política com a Europa e exaltavam o Império como símbolo da singularidade nacional; representavam os Estados Unidos e seus habitantes de forma negativa, questionando suas “verdadeiras intenções” para com os países latino-americanos, além de repudiar sua influência nas nações mestiças de colonização ibérica. Como conclusão, defendemos que, para os monarquistas, o surgimento dos Estados Unidos do Brasil era uma afronta à nacionalidade, por recusar tudo que lhe era peculiar e, ao mesmo tempo, por tentar construir algo novo com base na introdução de princípios alienígenas. |