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Objetivos: A pandemia de COVID-19 representa um desafio aos serviços de hemoterapia devido redução no número de doações de sangue (SCHONS, 2020). O objetivo deste estudo foi mensurar o papel da doação automatizada como estratégia de manutenção de estoque de hemocomponentes durante a pandemia de COVID-2019. Materiais e métodos: O estudo incluiu todas as doações de sangue realizadas no Serviço de Hemoterapia do Hospital São Vicente de Paulo (SHHSVP) Passo Fundo/RS entre janeiro de 2015 e julho de 2021. Foram analisados os dados de doação de sangue total, doação automatizada de hemácias e doação automatizada de plaquetas. Foram considerados métodos de doação automatizada a aférese de hemácias e a aférese de plaquetas. A coleta de dados foi realizada em banco de dados eletrônico (sistema informatizado e-Delphyn). Resultados: Entre os anos de 2015 e 2019, o SHHSVP manteve uma média de 14.136 doações anuais, incluindo sangue total, doação automatizada de hemácias e de plaquetas. Nesse período, a doação automatizada representou em média 7,27% das doações anuais, com a menor porcentagem no ano de 2015 com 3,54% e alcançando seu ápice em 2018 com 9,95%. No ano de 2020, o número total de doações foi de 11.128, entre elas 1.947 (17,49%) foram doações automatizadas. Entre janeiro e julho de 2021 foram coletadas 6.609 doações de sangue, sendo 734 (11,1%) doações automatizadas. Discussão: A análise evidencia uma redução no número de doações de sangue no ano de 2020 em comparação à média de doações anuais dos anos anteriores. Em março de 2020 houve o início da transmissão comunitária de COVID-19 na região, acredita-se que as medidas de isolamento social e o receio da contaminação são fatores que provavelmente influenciaram a diminuição de doações de sangue nesse período (SCHONS, 2020). Nesse mesmo período, a doação automatizada obteve um número superior à média dos anos anteriores, ganhando espaço como importante estratégia de combate aos impactos negativos da pandemia no SHHSVP e sendo grande aliado para a manutenção dos estoques de hemocomponentes. Fatores que potencialmente contribuem com esse crescimento são a fidelização do doador e a possibilidade de coleta de maior quantidade de hemocomponentes específicos em um único procedimento (BRASIL, 2015). Conclusão: A pandemia de COVID-19 afeta negativamente os serviços de hemoterapia com a diminuição no número de doações e consequentemente falta de estoque para atender as demandas transfusionais. A intensificação da doação de sangue automatizada comprovou-se uma estratégia eficaz na manutenção dos estoques de hemocomponentes, particularmente no cenário pandêmico atual. |