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Neste artigo, temos como objetivo analisar os processos de estigmatização e patologização aos quais determinados grupos de inscrições corporais foram submetidos ao longo da história da sociedade ocidental moderna. Compreende-se como inscrições corporais todas e quaisquer modificações realizadas sobre a superfície corporal. Enquanto algumas inscrições são exaltadas e enaltecidas, outras são estigmatizadas e alvo de discriminação social. Temos como lente teórica a filosofia anarquista, no intuito de reivindicar a autodeterminação e a autonomia de sujeitos cujas inscrições são marginalizadas, desde aquelas consideradas automutilações até as modificações corporais extremas. Temos como método a revisão bibliográfica. Concluímos, após revisão teórica, que a qualificação de certas inscrições corporais enquanto aceitas e positivas em detrimento da desqualificação de outras, que são tidas como negativas e bizarras, não são processos naturais, mas sim provenientes da densa estruturação de discursos religiosos, psiquiátricos e políticos. A origem da legitimação de certas inscrições é a mesma da deslegitimação e consequente estigmatização, isto é, a autoridade, que provém do Estado, da Igreja e do Hospital, como procuramos argumentar. |