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Este artigo tem por objetivo criticar, desde o referencial teóricometodológico da Antropologia Médica, as atuais estratégias de controle da hanseníase como problema de saúde pública. Será descrita a construção sócio-cultural da doença pela humanidade ao longo da história, bem como a forma como ela é problematizada no mundo da vida das pessoas atingidas. Descreveremos as principais categorias culturais pelas quais a doença tem sido vivenciada nas culturas, com ênfase no conflito entre as formas profissionais e leigas de construção da hanseníase como etno-enfermidade. Nesse processo, utilizaremos os conceitos de illness, disease e sickness, da Antropologia Médica Norte-Americana, e o de Modelos Explicativos de Artur Kleinman para garantir a inteligibilidade da hanseníase como fenômeno mórbido essencialmente cultural. Por fim, a partir da análise do conflito entre os Modelos Explicativos Profissional e Leigo de interpretação e ação na abordagem à hanseníase, proporemos uma nova estratégia de cuidado, centrada no método antropológico, visando apoiar as iniciativas de eliminação, mas suplantando-as no sentido de solucionar os problemas que a enfermidade traz à vida cotidiana das pessoas atingidas, contribuindo para abordar adequadamente o sofrimento social associado ao adoecer de hanseníase. |