Que é isto — A 'comunidade estatal' em Edith Stein? Um estudo em Teologia e Direitos Humanos

Autor: Everaldo dos Santos Mendes
Jazyk: English<br />Spanish; Castilian<br />Portuguese
Rok vydání: 2014
Předmět:
Zdroj: Pistis & Praxis: Teologia e Pastoral, Vol 6, Iss 3, Pp 909-928 (2014)
Druh dokumentu: article
ISSN: 1984-3755
2175-1838
DOI: 10.7213/revistapistispraxis.06.003.ds08
Popis: Este estudo objetivou pesquisar a “comunidade estatal” como possibilidade de fundamento ontoteológico — Trinitário — do Estado em Edith Stein e suas interfaces com os Direitos Humanos. Por essa via, foi adotado o seguinte horizonte arqueológico: escavar os elementos soberania, povo e território e lançá-los à luz dos escritos de Edith Stein, de seus mestres e comentadores, com as pesquisas dos nossos dias sobre o Estado — o que fizemos por meio de uma pesquisa qualitativa de levantamento bibliográfico. No fenômeno da vida associada, só a comunidade (Gemeinschaft) pode abarcar a pessoa humana: corpo-psique-espírito. Por pessoa humana, compreendemos um eu consciente e livre, que, mergulhado em sua ambiguidade (ontológico-ética) e finitude, clama por ser-com o outro, via de acesso ao Outro: um mysterium tremendum — não como mero desejo do desejo de outrem —, na sua condição de ser-medicante de uma realização plena: mendicância de ser feliz, de ser infinito. Na visão orgânica do Estado, identificamos os aspectos espiritual (soberania), psíquico (povo) e corpóreo (território), e vimos que o Estado — uma pessoa, jurídica — necessita de um território do mesmo modo que uma pessoa, humana, precisa de um corpo para viver. Nos nossos dias, o Estado reclama como fundamento uma “comunidade estatal” e não um “contrato social”, como proclama o Estado Moderno. Na comunidade estatal, a soberania — condicio sine qua non — está para o Estado do mesmo modo que a liberdade está para a pessoa humana. Nos escritos de Edith Stein, a concepção cristã — Trinitária — de pessoa humana tem um papel fundamental. Trata-se de uma antropologia cristocêntrica, que apreende a complexidade do ser humano de modo subjetivo e intersubjetivo. Edith Stein mostra — ou melhor, confirma — uma extraordinária visão de conjunto, capaz de abarcar o particular sempre orientado ao universal.
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