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O presente artigo coloca em discussão movimentos teóricos, políticos e pedagógicos que interrogam a pedagogia sustentada por lógicas adultocêntricas de negação das infâncias, sobretudo, das infâncias das classes populares. O diálogo propõe um convite a um ato antropofágico de incorporar as lutas e rebeldias que as crianças produzem, formas de transgredir e subverter a lógica da colonização adulta do ser, do saber e do poder, o que implica na subversão da pedagogia, a virando de “ponta a cabeça”. Trata-se de discutir os fundamentos epistemológicos e de propostas político-pedagógicas constituídas a partir das pedagogias dos oprimidos, e isso, nos leva a aprofundar a análise nas estruturas fabricadas pela nossa herança colonial. Neste caminho, nos inspiramos em algumas obras de Ana Lúcia Goulart de Faria que nos mobiliza na reinvenção da educação das infâncias num rompimento radical com a pedagogia do capital. Conclui-se que é urgente e necessário problematizar as raízes coloniais de nossas referências teóricas, políticas e éticas na educação das crianças, avançando na visibilização das pedagogias decoloniais, na radicalidade da afirmação da educação das infâncias como prática de liberdade. |
