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O mote temático do Dossiê em suas duas edições destaca como a linguagem poética, inserida em um contexto histórico e linguístico, pode ser considerada um gesto de resistência e subversão ao sistema instituído. Na primeira edição, trazemos uma entrevista com o poeta cuiabano Nikolaus von Behr, mais conhecido no meio literário como Nicolas Behr. Em 1974, ele se mudou para Brasília, onde lançou seu primeiro livro, Iogurte com Farinha. Em 1978, Behr foi preso e processado pelo DOPS (Departamento de Ordem Política e Social) sob a acusação de "porte de material pornográfico", uma alegação infundada que se referia, na verdade, aos seus próprios livros. Após um processo judicial, ele foi absolvido no ano seguinte, em 1979. Nos anos 1980, Behr ingressou no setor de publicidade como redator e se engajou no movimento ecológico, trabalhando na FUNATURA – Fundação Pró-Natureza, onde permaneceu até 1990. Desde então, ele se dedica à produção de espécies nativas do cerrado por meio da Pau-Brasília viveiro eco.loja. O poeta faz parte da geração literária marginal dos anos 1970, também conhecida como a geração mimeógrafo, poesia jovem, ou pós-tropicalista, entre outros estereótipos designados a uma produção desvinculada do circuito mercadológico e acadêmico. Este grupo de poetas rompeu com os sistemas comercial e ditatorial da época, garantindo assim, a liberdade de expressão que ansiavam. Esta produção poética esteve intimamente atrelada ao movimento de contracultura que emergiu na Europa e nos Estados Unidos no início da década de 1960 e ganhou visibilidade no Brasil na década de 1970. Nesta entrevista, Nicolas compartilha sua trajetória na poesia, vivida desde os anos 1970 e nos fala sobre os projetos atuais, que incluem palestras, cursos sobre poesia e literatura, e seu envolvimento com as causas ambientais. |