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A organização de um grande evento como uma Olimpíada comporta consideráveis investimentos que devem ser realizados para responder às exigências do Comitê Olímpico Internacional e, na atual conjuntura global, numa perspectiva de competição internacional, os sistemas territoriais são sempre mais chamados a elevar as próprias dotações estruturais e infraestruturais. É neste cenário que esses eventos deveriam desenvolver um importante papel como catalisadores de transformações territoriais e sociais, mudanças que às vezes não acontecem ou impactam de maneira negativa a população local e o território. O presente artigo propõe, a distância de alguns anos da realização da Olimpíada do Rio de Janeiro, uma síntese que sublinha as características e as problemáticas ligadas às heranças do megaevento, uma cidade influenciada pela crise econômica, política e social do Brasil nos últimos anos. Em particular, são analisados os principais aspetos negativos: as expropriações dos moradores, o enobrecimento de alguns bairros com o fenômeno da gentrification, a falência do sistema de segurança, o endividamento do Estado, a corrupção generalizada face aos elevados investimentos realizados bem como o abandono de muitas infraestruturas e instalações esportivas. |