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A partir de uma cena que materializa a relação de cooperação e conflito que movimentos e ‘Estado’ mantiveram durante décadas para a implementação da reforma agrária, o artigo investiga como esta entrou em declínio no sul e sudeste paraense. Para isso, retoma as classificações locais dos períodos da luta pela terra feitas pelos atores da mobilização, descrevendo especialmente o que alguns chamam de fragilização. O desmonte das políticas e das agências estatais responsáveis pela questão agrária, intensificado desde 2016, provocou um rompimento nessa relação. Com isso, as demandas dos movimentos se tornaram menos audíveis. A etnografia aponta, no entanto, que o declínio da reforma agrária passa não só pela impermeabilidade do ‘Estado’, mas, dada a queda contínua do número de ocupações, pelas dificuldades dos próprios movimentos em comporem coletivos que vocalizem reivindicações. Isso exige levar em consideração os impedimentos colocados pelo cotidiano atual de incerteza e sofrimento em muitas ocupações. elocation-id: e2230201 Recebido: 17.02.2022 • Aceito: 20.06.2022 • Publicado: 07.07.2022 Artigo original / Revisão por pares cega / Acesso aberto |