MANUTENÇÃO DE GESTAÇÃO EM PACIENTE COM LEUCEMIA LINFOBLÁSTICA AGUDA B: RELATO DE CASO

Autor: ASA Silva, LGF Lima, MFH Costa, TR Evangelista, JO Vieira, BCP Melo, GCMPM Lira, LR Souza, JAM Fragoso, JFC Santos
Jazyk: angličtina
Rok vydání: 2024
Předmět:
Zdroj: Hematology, Transfusion and Cell Therapy, Vol 46, Iss , Pp S435-S436 (2024)
Druh dokumentu: article
ISSN: 2531-1379
DOI: 10.1016/j.htct.2024.09.733
Popis: Introdução: A leucemia aguda é incomum durante a gravidez, afetando cerca de 1 em 75.000 gestações, sendo 28% dos casos diagnosticados durante a gravidez são LLA, enquanto a LMA e a LMC representam o restante. O tratamento de malignidades durante a gravidez representa um grande desafio para o médico, paciente e feto. Objetivo: Relatar caso de gestante com leucemia linfoblástica aguda B que manteve gestação até viabilidade fetal. Relato: Paciente 40 anos, G2P1A0, no 2 trimestre da gestação, apresentou dor abdominal aguda, hiporexia, sangramento cutâneo-mucoso, febre diária e adinamia, procurando assistência inicial, com pancitopenia e hepatoesplenomegalia. Foi encaminhada a serviço terciário, recebendo diagnóstico de leucemia linfoblástica aguda B (LLA-B) Philadelphia negativo e citogenética convencional normal (30,3% de blastos positivos para CD19, CD20+, CD22, CD34, CD66c par, CD79a, CD81++, CD123 e HLA-DR). Biópsia de medula óssea continha celularidade de 80%, predominando linfocitos pequenos, com imuno-histoquimica corroborando com o diagnóstico supracitado. Foi programada a interrupção da gestação; entretanto, mesmo orientada e ciente dos riscos materno-fetais, a paciente optou por seguir com a gravidez. Tomografias para rastreio infeccioso com alterações nodulares confluentes no segmento basilar posterior do lobo inferior do pulmao direito, com nodulo periferico com escavacao, cujos diagnósticos diferenciais envolviam embolia séptica e micobacterioses. Na broncoscopia, mucosa traqueobrônquica palida e friavel e pesquisa de Mycobacterium tuberculosis no lavado broncoalveolar negativa. Afastado evento infeccioso, optado pelo protocolo do Children's Oncology Group AALL0343, com exceção da PEG-asparaginase e do metotrexato intratecal, mantendo daunorrubicina 30 mg/m2/dia (dias 8, 15, 22 e 29), vincristina 1,5 mg/m2/dia (dias 8, 15, 22 e 29) e prednisona 60 mg/m2/dia (dias 1 a 38). Na vigência da 32ª semana de gestação, ocorreu parto via vaginal, com recém-nascido do sexo masculino, ativo e reativo, grande para idade gestacional (> p90), Apgar 8/9, sem malformações ou alterações hematológicas, permaneceu na UTI neonatal por 10 dias até a alta, sem intercorrências no período. Não houve alterações fetais de outras naturezas, sendo o pré-natal de alto risco realizado no mesmo serviço. Avaliação medular pós-indução apontava 6,9% de blastos com as mesmas características prévias. Após 4 semanas após o parto, recebeu infusão do 1° bloco ímpar do esquema HyperCVAD. Entretanto, após conclusão do 1° bloco par, do mesmo esquema, apresentou lesão hepática induzida por drogas (pelo metotrexato), neutropenia febril prolongada e sintomas de infecção respiratória inferior, com imagem sugerindo aspergilose angioinvasiva, cujo tratamento foi instituído. Mesmo assim, houve piora progressiva, falecendo 72 horas após transferência à UTI por sepse e insuficiência renal aguda. Conclusão: O manejo de leucemias agudas na gestação é complexo e demanda atenção multidisciplinar, especialmente quando a gestação é mantida até a viabilidade fetal. No caso acima, descrevemos paciente que apresentou boa resposta à quimioterapia de indução adotada, sem danos fetais.
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