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Pretendemos, com este texto, compreender a controvérsia pública envolvendo segmentos das mídias católicas oficiais no apoio ao Governo Bolsonaro (2018-2022) e as reações ocorridas na Igreja Católica. Um imbróglio se formou no campo católico-midiático institucional, uma “guerra de deuses”, no sentido weberiano (pluralismo de visões e valores de mundo em conflito), o que nos leva a perguntar sobre as incidências político-religiosas do catolicismo sobre a laicidade e o espaço público. Como metodologia, trilharemos os caminhos qualitativos, com revisão bibliográfica parcial, a partir de um elenco de autores das ciências sociais e ciências da religião e um mapeamento analítico de notas e pronunciamentos oficiais. Nossa hipótese, qualitativa e exploratória, é a de que os discursos e posicionamentos dos agentes católicos institucionais expressam um novo front das velhas disputas por um catolicismo público. Inspirados em Bourdieu, dizemos que há, em andamento e sem desfecho previsível, uma luta simbólica por definição de um ethos “correto” de ser católico na esfera pública. |
