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As síndromes hipertensivas na gestação merecem especial destaque no cenário da saúde pública mundial. Atualmente, respondem como terceira causa de mortalidade materna no mundo e primeira no Brasil. Do ponto de vista prático, a pré-eclâmpsia continua sendo uma síndrome que leva a graves repercussões maternas e fetais, conhecendo-se ainda pouco sobre sua etiologia. Atualmente, tem-se discutido a melhor terapêutica para os quadros de pré-eclâmpsia em diversos momentos do ciclo gravídico-puerperal, visando sempre à redução de altos índices de morbimortalidade materna e fetal. O parto, considerando-se a fisiopatologia do evento, representa a melhor forma de tratamento. O uso de sulfato de magnésio é recomendado em todos os casos de pré-eclâmpsia grave e eclâmpsia para prevenção e tratamento das crises convulsivas. Da mesma forma, o tratamento dos picos hipertensivos é recomendado. Hidralazina, nifedipina e labetalol têm sido as drogas mais utilizadas com essa finalidade, mas seu uso dependente da familiaridade do médico assistente. A corticoterapia antenatal está indicada sempre que existe risco iminente de prematuridade entre a 24º e 34º semana. Em contrapartida, não há evidências suficientes para recomendar repouso e administração de expansores plasmáticos de rotina, assim como há necessidade urgente de ensaios clínicos randomizados para determinar se o tratamento anti-hipertensivo de manutenção nas gestantes apresenta benefícios ou riscos para mães e fetos, em todas as formas clínicas da doença, em particular nos casos de pré-eclâmpsia pura.Hypertensive disorders in pregnancy deserve special attention in the setting of global public health. Currently, they represent the third cause of maternal mortality in the world and first in Brazil. From a practical standpoint, pre-eclampsia remains a syndrome that leads to serious repercussions on maternal and fetal mortality and its etiology is not well known. Currently, the best treatment for forms of pre-eclampsia is being discussed at different times in pregnancy and puerperium, with the objective to reduce the high rates of maternal and fetal morbidity and mortality. Considering the pathophysiology of the event, anticipation of delivery is the best treatment for pre-eclampsia. The use of magnesium sulfate is recommended in all cases of severe pre-eclampsia and eclampsia for prevention and treatment of seizures. Likewise, treatment of hypertensive crises is recommended. Hydralazine, nifedipine and labetalol have been the most commonly used drugs for this purpose, but their use depends on the familiarity of the treating physician. Antenatal corticoid therapy is indicated whenever there is an imminent risk of preterm delivery between 24 and 34 weeks. In contrast, there is insufficient evidence to recommend bed rest and routine plasma volume expansion, and there is an urgent need for randomized clinical trials to determine whether maintenance antihypertensive treatment in pregnant women has benefits or risks for mothers and fetuses in all clinical forms of disease, particularly in cases of pure pre-eclampsia. |