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O tema central deste artigo é o investimento crescente no combate ao terrorismo pelas democracias contemporâneas, o que contribui para consolidar, ao menos no Ocidente, a figura do “Estado punitivo”. Inserido nas recentes reflexões sociológicas de Noam Chomsky, Loïc Wacquant, David Garland e Zygmunt Bauman, entre outros, esse tema é ainda pouco discutido pela comunidade acadêmica brasileira. O atual arranjo capitalista generaliza-se quase que instantaneamente em todo o globo atrelando, de forma paradoxal, a defesa dos ideais democráticos com a necessidade de políticas autoritárias de controle social. A defesa constante da “guerra contra o terrorismo”, agindo como elo hegemônico consensual, amplia a defasagem entre o formal e o real, bem como a utilização meramente simbólica dos instrumentos jurídicos de controle. Nesse contexto, marcado pela incessante busca da “tranqüilização da vida social”, o que se verifica é a consolidação de uma democracia sem cidadania, de um cidadão sem direitos. |