QUIMIOTERAPIA DE RESGATE EM PACIENTES COM D14 POSITIVO DE INDUÇÃO DE LEUCEMIA MIELOIDE AGUDA: ANÁLISE DE FATORES QUE PODEM INFLUENCIAR NA DE REMISSÃO COMPLETA

Autor: IL Pontes, MS Cidrão, JBSC Cidrão, DS Oliveira, GM Oliveira, FET Filho, LFA Alves, FAC Silva, LA Gurgel, KMC Albuquerque
Jazyk: angličtina
Rok vydání: 2023
Předmět:
Zdroj: Hematology, Transfusion and Cell Therapy, Vol 45, Iss , Pp S295-S296 (2023)
Druh dokumentu: article
ISSN: 2531-1379
DOI: 10.1016/j.htct.2023.09.583
Popis: Introdução/Objetivos: A avaliação de resposta na leucemia mieloide aguda (LMA) classicamente se dá ao final de 3-4 semanas após o início da quimioterapia, por volta do 28ºdia. Há muitos estudos que avaliam a quantidade de mieloblastos no 14ºdia (D14) com o intuito de determinar a chance de obtenção da remissão completa na primeira indução (CR1) e, se necessário, resgatar esses pacientes com novo protocolo de resgate. Apesar de dados conflituosos, essa prática ainda é utilizada em muitos centros. O presente estudo busca avaliar as particularidades dessa avaliação em nossos pacientes, bem como identificar variáveis associadas que podem interferir na obtenção da CR1. Material e métodos: Trata-se de um estudo retrospectivo, utilizando dados dos internamentos de pacientes na unidade de Hematologia do Hospital Geral de Fortaleza do período de 03/08/2015 a 19/07/2023. Os dados foram expressos em termos de mediana (intervalo interquartil - IQR). Foram utilizados testes não-paramétricos para avaliação de variáveis não pareadas. Para a avaliação de chance de sobrevida foi utilizado o método de Kaplan-Meier, bem como modelo de regressão de Cox. Para a análise de regressão logística, considerar-se-á que o modelo é satisfatório se R2 (coeficiente de determinação logístico – Nagelkerke) explicar mais de 50% dos eventos (R2 > 0,5). Foram considerados estatisticamente significativos valores de p-valor < 0,05. Para valores de p-valor entre 0,05-0,1, considerar-se-á tendência de associação significativa. Foram avaliados pacientes com diagnóstico de LMA que tiveram D14 avaliado durante o período de indução. Resultados: Foram avaliados 39 pacientes com diagnóstico de LMA com registro de avaliação de D14 e da resposta ao final do tratamento. Ao analisar, através de modelo de regressão logística multivariada, as variáveis idade>60 anos, uso de daunorrubicina 90 mg/m2 (DNR90), D14 positivo e resgate no D14, houve ajustamento do modelo com R2 de 0,57. Houve associação significativa estatisticamente favorável com DNR90 (OR = 15,4; p-valor = 0,02) e desfavorável com D14 positivo (OR = 0,02; p-valor = 0,009). Desse modo, podemos dizer que a dose de DNR na indução bem como D14 positivo tiveram capacidade preditora da chance de se obter ou não CR1. Discussão: Há dados conflituosos sobre a importância da avaliação do D14 na indução de LMA, e mais ainda se esses pacientes devem ser submetidos ou não a resgate nesse momento. O uso de quimioterapia intensiva de resgate em pacientes em neutropenia parece estar associada a maior chance de complicações infecciosas, especialmente por fungos filamentosos e bacilos Gram-negativos. A avaliação com análise morfológica não parece ter reprodutibilidade com a resposta ao final da indução; outros métodos como a análise histopatológica por biópsia de medula óssea, citometria de fluxo e outros métodos têm ganhado destaque em alguns estudos. Na presente análise, valeu-se da avaliação morfológica, considerando D14 positivo quando acima de 20% de blastos. Conclusão: O modelo logístico formado pelas variáveis dependentes idade>60 anos, uso de DNR90, D14 positivo e resgate no D14 teve ajustamento adequado quando analisado o coeficiente de determinação, apesar de apenas o uso de DNR90 e o D14 positivo apresentarem significância estatística. Desse modo, pode-se dizer que o uso de doses elevadas do agente antracíclico estiveram mais associadas à obtenção de CR1 (OR = 15,4), enquanto D14 positivo esteve associado a menor chance (OR = 0,02).
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