COMPARAÇÃO DOS MARCADORES FENOTÍPICOS E GENOTÍPICOS ASSOCIADOS A RESISTÊNCIA E FORMAÇÃO DE BIOFILME, EM CEPAS DE STAPHYLOCOCCUS EPIDERMIDIS PROVENIENTES DE INFECÇÕES MUSCULOESQUELÉTICAS E DE COLONIZANTES DA PELE

Autor: Ingrid Nayara Marcelino Santos, Felipe Alberto Lei, Fernanda Fernandes Santos, Mariana Felix Cerqueira Balera, Mariana Neri Lucas Kurihara, Ana Karolina Antunes Eisen, Giovana Santos Caleiro, Jansen de Araujo, Mauro José Salles
Jazyk: angličtina
Rok vydání: 2023
Předmět:
Zdroj: Brazilian Journal of Infectious Diseases, Vol 27, Iss , Pp 103347- (2023)
Druh dokumentu: article
ISSN: 1413-8670
DOI: 10.1016/j.bjid.2023.103347
Popis: Introdução: Staphylococcus epidermidis (SEPI) é um agente comensal oportunista predominante na pele com habilidade de formar biofilme, porém comumente associado às Infecções Musculoesqueléticas (IME) com ou sem implantes. Neste estudo, buscou-se identificar marcadores fenotípicos e genotípicos que diferenciem as formas patogênicas causadoras de IME das comensais da pele. Material e Métodos: Um total de 43 isolados de SEPI, provenientes de IMEs (n=28) e de swabs de pele de pessoas saudáveis (n=15) foram estudados. O perfil fenotípico foi avaliado por testes de sensibilidade pelo método de microdiluição em caldo (Concentrações Inibitórias Mínimas ‒ CIM), e pela formação de biofilme em microplacas de titulação com cristal violeta. A identificação das espécies foi realizada pelo MALD-TOF MS e suas relações filogenéticas (PubMLST), e a caracterização do resistoma (ResFinder) e viruloma (VFDB), foram realizadas pelo sequenciamento de genoma completo (Ion Torrent Thermo Fisher®). Resultados: Do total de 43 cepas de SEPI, 58% (n=25/43) eram resistentes à oxacilina (MRSE), com detecção do gene mecA, em 53,5% (n=23/43). Interessantemente, o gene mecA foi detectado em 87% (n=20/23) dos casos de IME, comparado com 13% (n=3/23) dos isolados comensais (p=0,001). A resistência aos aminoglicosídeos foi significantemente maior nos isolados de IME (n=14/17) quando comparados com os comensais (03/17) (82% vs. 18%; p=0,05). A resistência à rifampicina com mutações no gene rpoB foi caracterizada em 28% dos isolados dos casos de IMEs (n=12/43). Todas as cepas comensais foram sensíveis à rifampicina. Os filotipos de SEPI associados às IMEs (ST2 e ST23) foram caracterizados somente nos casos de infecção. No geral, 77% dos isolados produziram biofilme forte ou moderado, sendo mais identificado nos casos de IME (72,8% vs. 27,2%; p=0,057). O operon icaADBC que está associado a formação de biofilme, foi identificado em 65,3% dos isolados de IME e 34,7% de comensais (p=0,963). Em contrapartida, o elemento genético móvel IS256, também associado a formação de biofilme foi somente encontrado nos isolados dos casos de IME. Conclusão: Nossos resultados demonstraram diferenças fenotípicas e genotípicas entre cepas patogênicas e comensais de SEPI, tais como a presença de genes de resistência e formação de biofilme que podem ser úteis como marcadores de patogenicidade. Este é o primeiro estudo na América Latina que caracteriza o genoma dos SEPI de IMEs e compara com isolados comensais.
Databáze: Directory of Open Access Journals