Retomadas anafóricas de objeto direto em português brasileiro escrito
Autor: | Gabriel de Ávila Othero, Camila Schwanke |
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Jazyk: | English<br />Portuguese |
Rok vydání: | 2017 |
Předmět: | |
Zdroj: | Revista de Estudos da Linguagem, Vol 26, Iss 1, Pp 147-185 (2017) |
Druh dokumentu: | article |
ISSN: | 0104-0588 2237-2083 |
DOI: | 10.17851/2237-2083.26.1.147-185 |
Popis: | Os clíticos acusativos de 3ª pessoa estão em desuso na fala vernacular em português brasileiro (PB), cedendo espaço para outras duas estratégias de retomada anafórica na função de objeto direto: (a) o pronome pleno (‘ele’, ‘ela’) e (b) uma categoria vazia (cf. DUARTE, 1989, 1993; CYRINO, 1997, 2003). A escolha pela retomada anafórica de objeto com pronome ou categoria vazia não é aleatória. A literatura corrente sobre o assunto chama a atenção para o fato de que há uma tendência forte à ocorrência de um fenômeno de distribuição complementar, condicionada por traços semânticos do referente sendo retomado. Há duas hipóteses principais para explicar o fenômeno: (i) a hipótese dos traços de animacidade e especificidade do referente (CYRINO, 1993, 1994/1997; SCHWENTER; SILVA, 2002, entre outros) e (ii) a hipótese do gênero semântico (CREUS; MENUZZI, 2004). Com o objetivo de verificar se essas estratégias relativamente inovadoras e mais comuns em língua falada, a saber, pronomes plenos e objetos nulos, já estão consagradas, ou ao menos presentes de maneira significativa em língua escrita, este trabalho se dedica a uma análise de corpora de jornais populares e de redações escolares. Nossos resultados mostram que o clítico tem a tendência de se manter no discurso escrito. Com relação ao uso do objeto nulo, a hipótese do gênero semântico parece promissora, pois explica o fenômeno de retomada anafórica de uma forma mais econômica, por meio de um único traço, e de uma forma mais natural, pois diz respeito a um processo de concordância entre antecedente e forma anafórica. |
Databáze: | Directory of Open Access Journals |
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