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Introdução: Segundo projeção da Organização das Nações Unidas, em 2023, a população brasileira chegou a 215 milhões de habitantes, com 33 milhões de idosos, que representam15% do total. A população geriátrica no Brasil está crescendo devido ao aumento da longevidade e diminuição das taxas de fertilidade. Há crescente preocupação com a população idosa com diagnóstico de Tuberculose, que apresenta a possibilidade de efeitos adversos relacionados a presença de múltiplas comorbidades e a polifarmácia no tratamento de Tuberculose. No Brasil, em 2021, foram notificados 68.271 casos novos de TB, o que equivale a um coeficiente de incidência de 32,0 casos por 100 mil habitantes. Já o Coeficiente de Incidência na faixa etária acima de 60 anos, na Cidade de São Paulo, em 2019, era de 50,0 casos por 100 mil habitantes. Objetivo: Avaliar a ocorrência de tuberculose em população de pacientes idosos em um centro de referência terciária em Tisiologia em São Paulo/SP. Métodos: Estudo descritivo, com inclusão de pacientes admitidos no Instituto Clemente Ferreira (ICF), em São Paulo, com diagnóstico de tuberculose pulmonar ou extrapulmonar, no período de 2018-2022. Os dados foram obtidos através da revisão de prontuários. Resultados: No período de 2018 a 2022, 259 pacientes com idade igual ou superior a 60 anos com suspeita de tuberculose foram encaminhados ao ICF. O diagnóstico foi excluído em 50 casos, portanto foram incluídos 208 casos com diagnóstico confirmado. A maioria era do sexo masculino (60,5%), raça branca (58,2%) e a mediana de idade foi de 67 anos. Coinfeccão com HIV ocorreu em 1,4% dos pacientes. A apresentação pulmonar foi a mais prevalente (74,5%), seguida de doença oftálmica (6,8%) ganglionar (4,4%) e pleural (3,1%). A presença de reações adversas graves, com indicação de suspensão do esquema inicial, ocorreu em 10,2% dos casos. Apenas 52,8% dos pacientes tiveram como desfecho a cura clínica. O óbito durante o tratamento ocorreu em 8,2% dos pacientes. Conclusão: A tuberculose na população idosa é um importante problema de saúde pública, e seu manejo clínico é complexo devido à presença frequente de comorbidades, interação medicamentosa e efeitos adversos aos medicamentos. |
