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Este trabalho busca explicitar, a partir da teoria decolonial, dogmas e preceitos opressivos que circunscrevem a relação dominador x dominado, que advém de forma muito semelhante à relação colonizador x colonizado, explicitando que mesmo na ausência da política colonial, arrasta-se pelo mundo moderno, a existência da colonialidade. Pensando em como essas questões incidem no meio literário, busca-se fazer uma análise de da obra Compasso Binário (1972), de Arlete Nogueira da Cruz, a qual é costumeiramente marginalizada, tanto por ser escrito por mulher, quanto pelas questões que envolvem tabus, retratando o patriarcado opressivo e violências contra o corpo feminino, incidindo assim na colonialidade de gênero. Desse modo, este trabalho explicita a análise das personagens Baianinha e Natália, sendo uma prostituta e a outra estudante e estagiária de medicina, e consequentemente fazem parte de diferentes alas da sociedade ludovicense, no entanto as personagens têm suas vidas cruzadas na narrativa a partir da dominação masculina e da violência. Assim, parte-se do objetivo geral de realizar uma leitura analítica sob a abordagem da decolonialidade do romance maranhense Compasso Binário (1972) da escritora Arlete Nogueira da Cruz; quanto aos objetivos específicos tem-se o intuito de verificar como o romance Compasso Binário se relaciona com os aspectos que reverberam a colonialidade de gênero; e, analisar como as situações de dominação pater-colonial que são problematizadas na narrativa. Para tanta são utilizados os estudos de Lugones (2008), Maldonado-Torres (2016), e Mignolo (2017). |