Popis: |
Introdução: a vulnerabilidade da mulher tornou-se ainda mais visível no contexto da aids, especialmente durante a gestação. A conjugalidade, palcode conflitos e negociações, espelha a diversidade moral e pode ser um fator de suporte para o enfrentamento da doença. Objetivo: investigar as percepções sobre a vivência da conjugalidade de casais sorodiferentes para o HIV em que a mulher está no curso da gestação. Métodos:pesquisa qualitativa com sete casais a partir de entrevistas abertas. Os resultados foram obtidos com a técnica de análise de conteúdo e analisados sob a ótica dabioética crítica feminista. Resultados: as mulheres apresentaram trajetória de vida conturbada e criticaram os valores e posturas adotados por seuspais. O relacionamento conjugal traz o desapontamento e a gravidez é vivida com tensão. Os homens tiveram uma vida difícil, na pobreza. Enfrentam dificuldades em aceitar a doença da companheira e sentem insegurança sobre o futuro do relacionamento. Preocupam-se com a saúde do bebê e rela-cionam o papel da mulher à maternidade. Conclusão: a vulnerabilidade conjugal das gestantes ocorre em função da desigualdade de gênero que caracteriza suas trajetórias e a situação de vida atual. Estão presentes padrões culturais como o amor romântico, o ideal da maternidade e a vivência doprojeto de vida do homem pela mulher. A gestação é marcada pela pressão, medo da transmissão vertical e instabilidade conjugal, embora se constitua em uma perspectiva de futuro. O homem oscila entre o julgamento moral e a solidariedade, e a mulher teme o abandono. O diagnóstico é impactante na vida do casal e o perfil da conjugalidade contribui pouco no enfrentamento da doença. |