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O artigo visa analisar os mecanismos utilizados no espaço digital para distorcer o processo decisório do consumidor e como compreendê-los pode auxiliar na mudança da percepção do papel do usuário na economia digital. Partindo da implementação do Big Data nas relações comerciais, é possível observar uma modificação na organização dos agentes econômicos em busca de dados e atenção dos usuários. Esse movimento se mostrou lucrativo às empresas, pois, a partir do cruzamento de informações otimizadas, as plataformas perceberam que poderiam entregar sugestões excelentes aos usuários (matching markets), ao mesmo tempo que obtém receita de outros agentes utilizando os dados coletados gratuitamente. Essa dinâmica favorece a redução do processo reflexivo dos consumidores e dá maior abertura à captação de vulnerabilidades cognitivas. Nesse sentido, procurou-se identificar os principais desvios mentais explorados para indução de comportamentos com fins unilateralmente benéficos às plataformas digitais e agentes publicitários. Dentre as principais armadilhas, destacaram-se a tentativa de poluição mental pelo excesso de informação, personalização de anúncios, discriminação de preço e disparos de gatilhos para manter os usuários ativos ou instigados. Por fim, o estudo apresenta uma proposta de empoderamento do usuário consumidor, a partir da força dos efeitos de rede para trazer ao debate um aspecto importante, o poder dos usuários na atual economia digital. Por meio do método indutivo, o trabalho constatou que os usuários podem influenciar e até mesmo alterar as dinâmicas de mercado pela migração em massa. Nesse sentido, as plataformas dependem de dados e atenção para obter receita e cabe inteiramente ao usuário escolher para quais plataformas entregar. |
