ESPOROTRICOSE: UMA MICOSE EM EXPANSÃO NO CEARÁ

Autor: Lisandra Serra Damasceno, Antônio Mauro Barros de Almeida Junior, Luis Arthur Brasil Gadelha Farias, Jacó Ricarte Lima de Mesquita, Marcos de Abreu Almeida, Rodrigo de Almeida Paes, Rosely Maria Zancopé-Oliveira
Jazyk: angličtina
Rok vydání: 2023
Předmět:
Zdroj: Brazilian Journal of Infectious Diseases, Vol 27, Iss , Pp 103285- (2023)
Druh dokumentu: article
ISSN: 1413-8670
DOI: 10.1016/j.bjid.2023.103285
Popis: Introdução/Objetivos: A esporotricose é uma micose subcutânea endêmica, principalmente, no Sul e Sudeste do Brasil. No Ceará, em 2022, foi documentado o primeiro caso autóctone de esporotricose felina. O objetivo deste estudo foi descrever casos de esporotricose humana atendidos em um ambulatório de micoses, no Hospital São José de Doenças Infecciosas (HSJ), localizado em Fortaleza, Ceará. Metodologia: Trata-se de um estudo de corte transversal, onde foram incluídos todos os pacientes com diagnóstico de esporotricose humana, no período de 2022‒2023. Resultados: No período do estudo, cinco pacientes receberam o diagnóstico de esporotricose. Três indivíduos eram do sexo masculino e dois do sexo feminino. A idade variou de 17‒48 anos. Os casos foram procedentes dos municípios de Iracema (n=2), Fortaleza (n=2) e Porteiras (n=1). Um paciente era funcionário de uma clínica veterinária e desenvolveu a infecção após arranhadura por animal doente durante procedimento técnico. Todos os pacientes relataram história de arranhadura ou mordedura por felino doente, e os sintomas iniciaram 30 ou mais dias após evento com o animal. As principais regiões acometidas foram quirodáctilos (n=2), antebraço/punho (n=2) e região cervical (n=1). As lesões desenvolvidas foram placas hiperemiadas com crostas (n=3) e lesão ulcerada (n=2). As formas clínicas apresentadas foram linfocutânea (n=4) e cutânea fixa (n=1). Apenas um paciente precisou de internamento devido apresentar infecção secundária bacteriana na lesão. Todos os pacientes realizaram sorologia por ensaio imunoenzimático, e quatro tiveram resultado reagente. Quatro pacientes realizaram biópsia da lesão de pele. As principais alterações observadas foram granuloma não caseoso (n=3), infiltrado inflamatório misto (n=2), infiltrado predominantemente linfocitário perivascular (n=2), e espongiose (n=2). Em apenas um paciente foi isolado Sporothrix spp. em amostra de fragmento de pele. A espécie Sporothrix schenkii foi identificada por MALDI-TOF. Todos receberam tratamento com itraconazol, e seguem em acompanhamento no ambulatório de micoses. Três felinos foram eutanasiados e dois, abandonados. Conclusão: Os casos de esporotricose do interior do Ceará são procedentes de municípios que fazem fronteira com outros estados do Nordeste, onde a micose já é endêmica. Estratégias de vigilância no âmbito da saúde única, bem como a capacitação dos profissionais de saúde para identificação precoce desta doença, devem ser priorizadas.
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