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Com este texto busca-se contribuir com os Estudos da Religião a partir da reabilitação da tradição do pensamento negro crítico e, ao mesmo tempo, entabular um pensamento teológico antirracista e despatriarcalizado. Assume-se, pois, a crítica decolonial que coloca em relevo o racismo epistêmico e ontológico que segue invisibilizando e aniquilando uma porção considerável da humanidade. No marco do diálogo epistemológico Norte e Sul, segue-se a proposta de uma ontologia relacional da gratuidade propugnada pela teologia pós-moderna niilista latino-americana, para pensar o fim da violência intersubjetiva e a instauração da intersubjetividade, isto é, o estágio harmonioso do mútuo reconhecimento. Intui-se, entretanto, que não é possível pensar em ontologia relacional fora da fenomenologia dos damnés da terra (Fanon), isto é, sem a assunção da exterioridade da Modernidade. Sem considerar o colonialismo e a colonialidade como fraturas profundas na intersubjetividade parece difícil propugnar um futuro razoável para a humanidade e o planeta, pois seguiremos cúmplices da necropolítica e sua pulsão genocida que estrutura o capitalismo global (Mbembe). Deseja-se, assim, sinalizar um novo caminho para o pensamento teológico negro com ferramentas teóricas e conceituas atualizadas. |