Como surgem sociedades divididas?

Autor: Jose Vitor Barros, Rudolf Stichweh
Jazyk: Spanish; Castilian<br />Portuguese
Rok vydání: 2023
Předmět:
Zdroj: Plural, Vol 30, Iss 01 (2023)
Druh dokumentu: article
ISSN: 0104-6721
2176-8099
Popis: O artigo analisa forças divisivas nas sociedades contemporâneas e as conecta às esperanças incumpridas oriundas das revoluções do início da modernidade: as esperanças por igualdade, liberdade e fraternidade/solidariedade. Antes de tudo, no século XXI, podemos dizer que há desigualdades persistentes que emergem em todos os sistemas funcionais da sociedade e tornam-se divisivas assim que eclode uma cisão descontínua na distribuição de ganhos. Cisão esta que torna improvável que alguém se movimente de um lado ao outro da distribuição. Em segundo lugar, há fortes dependências assimétricas vinculadas a um aumento dos controles por parte de pessoas e grupos que controlam recursos desejados por outros; essas dependências, por sua vez, fortalecem o acréscimo dos controles dos primeiros sobre os últimos, seja sobre ações, comunicações, opções de saída e/ou modos de perceber o mundo. Quanto maiores as dimensões de controle presumidas numa relação social dada, mais fortes e pervasivas as dependências assimétricas, as quais separam a sociedade entre aqueles que exercem controles e aqueles que são objeto de controle. Há ainda, em terceiro lugar, como estrutura de divisão, a ascensão da polarização sociocultural. Ela cria uma cisão entre subcomunidades significantes de uma sociedade com base em quais comunidades percebem os membros de outras como perigosos e estranhos aos valores e formas de vida considerados essenciais para a própria comunidade. O artigo explica, por fim, tais divisões societais ao estudá-las como formas de inclusão e exclusão. Desigualdades advêm de acumulação nas dinâmicas de inclusão dos sistemas funcionais; dependências assimétricas emergem em instituições e grupos que absorvem pessoas excluídas de participações relevantes em experiências e cursos de ação; polarizações baseiam-se nas exclusões recíprocas e totalizantes pelas quais comunidades definem membros de outras comunidades como ‘outros’ radicais.
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