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A crise política e socioeconômica em curso na Venezuela gerou forte instabilidade da nação, o que deflagrou uma migração em massa para outros países, inclusive o Brasil, principalmente pelo estado de Roraima. Diante disso, este trabalho foi elaborado com o objetivo de investigar o acesso aos serviços de saúde dos imigrantes venezuelanos e analisar a vida nos abrigos sob a perspectiva dos que estão abrigados. Para isso, foi realizado um estudo qualitativo-exploratório, mediante 22 entrevistas semiestruturadas feitas com os venezuelanos abrigados em Boa Vista (RR). Foi utilizada a técnica de análise de conteúdo, a partir da qual surgiram 4 categorias: i) convivência nos abrigos; ii) segurança nos abrigos; iii) higiene nos abrigos; e, iv) acesso à saúde. Percebeu-se que os problemas de convivência são mais relacionados à ausência de cordialidade. Há satisfação quanto à segurança, ressaltando o fato de haver vigilância local. A higiene é considerada boa, pois os espaços são limpos e há materiais de higiene disponíveis, enquanto as condições de limpeza dos banheiros foram alvos de reclamações. Quanto ao serviço de saúde, os principais problemas apontados foram a falta de medicamentos, demora no atendimento, e alguns casos de descriminação. Desse modo, foi possível conhecer o viver nos abrigos pela perspectiva dos abrigados, o que pode servir de subsídio para incrementos na assistência e melhorias na organização dos abrigos, no intuito de melhorar a qualidade de vida dos que lá habitam. |