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Objetivo: Analisar os principais motivos de inaptidão clínica à doação de sangue em um serviço de hemoterapia, visando uma conscientização da população em como doar sangue. Metodologia: Trata-se de um estudo retrospectivo e descritivo, com tratamento quantitativo para avaliar os principais motivos de inaptidão clínica à doação de sangue em um serviço de hemoterapia, compreendendo o período de 2018 a 2022. Realizou-se a coleta de dados através de relatórios construídos pelo serviço de informação do Centro de Hemoterapia de Sergipe (HEMOSE). Resultados: Entre 2018 a 2022, no HEMOSE, aproximadamente 163 mil pessoas foram candidatas a doar sangue, sendo que uma média 22,3% foram consideradas inaptas à doação na triagem clínica, (23,1% em 2018, 22,9% em 2019, 22,3% em 2020, 21,4% em 2021 e 21,9% em 2022) mostrando valores constantes nestes últimos cinco anos. As principais causas foram os valores baixos de hematócrito e hemoglobina (15,59%), hipertensão arterial não controlada, (7,17%), hematócrito elevado (4,2%), realização de tatuagens, piercings, perfuração para brincos e acupuntura no último ano (4,0%), taquicardia (4,0%), quadro infeccioso recente (3,8%), comportamento sexual de risco (3,5%), uso crônico de medicamentos (3,21%). Outras causas relevantes foram a aplicação recente de vacinas (2,55%), peso menor que 50kg (0,38%), diabetes (0,37%) e outras doenças de inaptidão definitiva (10,7%). Discussão: No Brasil, 1,4% da população é doadora – valor dentro da faixa recomendada pela OMS, que é entre 1 e 3%. Apesar disso, a disponibilidade de hemoderivados não é uniforme, nem constante. Assim, o Ministério da Saúde objetiva aumentar o número de doadores. Cerca de um quarto dos possíveis doadores em Sergipe não podem doar sangue devido à inaptidão, temporária ou não, na triagem clínica, que tem como objetivo proteger tanto o doador quanto os receptores. É visto que as pessoas, quando são consideradas inaptas, mesmo que temporariamente, se desmotivam a insistir na possibilidade de doar sangue. Esse fator dificulta o aumento no número de doadores, sendo que, com maior divulgação e conscientização da população sobre a própria saúde, diversas inadequações poderiam ser revertidas precocemente e a coleta executada, como nas anemias e na hipertensão não controlada, que foram os maiores motivos de inaptidão clínica. Orientar sobre as inaptidões é um desafio compartilhado por todos os profissionais de saúde, pois é reconhecida a necessidade de maior divulgação, e tratamento adequado das mesmas, para o melhor direcionamento da população. Conclusão: O estudo ressalta a necessidade de educação e conscientização contínuas dos doadores e profissionais de saúde sobre os critérios de doação, suas inaptidões e o tratamento das mesmas. Dessa forma, o estudo contribui para uma maior direção no aprimoramento da saúde pública e também da qualidade do recrutamento de doadores. |