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O artigo apresenta a análise fenomenológica de Edith Stein do “Castelo Interior” de Teresa D’Ávila, Apêndice I, da obra “Ser finito e ser eterno”. Stein aplica o método fenomenológico no estudo das moradas da alma e analisa o caminho espiritual da Santa como um meio pelo qual as suas características naturais são direcionadas e potencializadas pela graça divina. Teresa utiliza a metáfora do castelo, com sete moradas: autoconhecimento, escuta e decisão, presença real de Deus, oração de quietude, oração de união (êxtase), enamoramento espiritual e matrimônio místico. Ela descreve pedagogicamente o caminho da alma no encontro com Deus e, após apresentar a descrição de Teresa, aponta semelhanças com a investigação fenomenológica da alma de Alexandre Pfänder. Além disso, demonstra alguns elementos teóricos que auxiliam na compreensão do núcleo da alma e de sua tendência a se desenvolver de forma livre e individual. Com Pfänder, compreende que o conhecimento da essência da alma é uma outra porta possível para se entrar na alma humana, além da oração. Assim, Stein mostra, na análise das moradas de Teresa, a estrutura ôntica da alma humana e a possibilidade de identificar a sua interioridade. A alma é o lugar da união mística, a Trindade, pela qual é possível aceder a Cristo, quando se está “em” Cristo. Encontra-se, assim, na fenomenologia de Stein, uma relação entre teologia e antropologia filosófica, entre o divino e o humano. Essa pesquisa aponta para um aprofundamento da experiência mística como experiência prática, kenótica e agápica |