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Esse artigo analisa os elementos centrais que tangenciam a gênese da Economia Doméstica de meados do século XIX. O objetivo central foi apreender, a partir da obra “A Tratise on Domestic Economy” de Catherine Beecher, quais as características principais dessa proposta que surgiu por volta de 1840 e se tornaria mais tarde um projeto educativo para as mulheres difundido pelo mundo, incluindo o Brasil. Foi possível perceber que, conforme suas contingências históricas, a Economia Doméstica surgiu ancorada na reprodução das tradições, na divisão sexual do trabalho e nos avanços técnico-científicos da época. Assim, pretendeu inaugurar uma linha específica para a educação feminina, baseada em preceitos liberalistas, morais e cristãos. Diferentemente do que seria observado décadas mais tarde, essa proposta inicial de Economia Doméstica se realizou mais em torno de uma visão harmônica das tradições e da divisão sexual do trabalho, do que das noções higienistas e científicas. Essa análise possibilitou perceber que a Economia Doméstica não foi um projeto educativo que surgiu no século XX, mas teve um longo e característico processo de gênese nas mudanças sociais ocorridas no século XIX. Por sua vez, essa compreensão auxilia a entender os distintos formatos pelos quais o ensino de Economia Doméstico foi difundido pelo mundo como uma proposta amplamente aceita de educação feminina. |