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O artigo tem como objetivo identificar a contribuição das geografias feministas para a reflexão teórica da relação corpo-espaço, por meio de uma revisão narrativa da literatura sobre o corpo materno e as espacialidades da maternidade/maternagem. Trata-se de registrar avanços e desafios no campo geográfico para refletir aspectos da cultura brasileira sexista e racista que concentra nas mulheres, em especial nas negras, o papel de cuidadoras. O cuidado é, assim, marcado por relações de poder e por desiguais relações de gênero e raça. Se a maternidade multiplica as exigências relativas aos cuidados reprodutivos, diferentes modos de maternar podem evidenciar relações desiguais ou apontar formas de cuidado compartilhado. A interseccionalidade dos diferentes eixos de opressão (racial, de classe, gênero, tipo de parentalidade, sexualidade) aparece como instrumentalidade teórico-metodológica e epistemológica resultante da evidente contribuição de feministas negras na compreensão das disputas políticas e culturais relativas a distintos modos de maternar e cuidar. |