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A presente resenha busca analisar alguns dos argumentos centrais da obra recém publicada de Richard Shorten: The ideology of political reactionaries (2022). Dando prosseguimento em seu trabalho de mapeamento e redimensionamento do panorama ideológico moderno, iniciado com Modernism and Totalitarianism (2012) e Reactionary rhetoric reconsidered (2015), Shorten estabelece uma anatomia das estruturas argumentativas mobilizadas por agentes reacionários nos últimos dois séculos. A partir das clássicas lições aristotélicas sobre retórica, o autor propõe que os pilares da indignação, decadência e conspiração são mobilizados pelo reacionarismo com o intuito de acionar, respectivamente, as dimensões do pathos, logos e ethos de uma audiência. Fruto de uma análise cuidadosa de textos reacionários, que abrangem desde os escritos de Joseph De Maistre e Edmund Burke, passando por Adolf Hitler e Joe McCarthy, até Éric Zemmour e Donald Trump, Shorten identifica alguns modelos discursivos reincidentes nesta tradição ideológica. Recuperando tanto o conceito de reação quanto a metodologia da análise retórica, o autor estabelece bases renovadas para a reflexão e análise sobre as direitas políticas modernas e suas manifestações contemporâneas. |