EP-465 - PERFIL CLÍNICO E DESFECHO DE TRATAMENTO DE PACIENTES COM OSTEOMIELITE NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE LAGARTO (HUL)

Autor: Matheus Henrique C. Xavier, Nathalia V.B.T. Aragão, Edson S.G. Filho, Giovanna Catherine Almeida, Luiz Felipe Andrade Sales, Kathleen Ribeiro Souza, Victor Hugo S. Teles, Klecia Santos dos Anjos, Maria E. de A. Oliveira, Matheus Todt Aragão
Jazyk: angličtina
Rok vydání: 2024
Předmět:
Zdroj: Brazilian Journal of Infectious Diseases, Vol 28, Iss , Pp 104361- (2024)
Druh dokumentu: article
ISSN: 1413-8670
DOI: 10.1016/j.bjid.2024.104361
Popis: Introdução: A osteomielite é uma infecção óssea caracterizada pela destruição progressiva do osso cortical e medular, tendo como principal etiologia as fraturas expostas e as reconstruções ortopédicas. Mesmo com a queda da mortalidade, continua sendo uma condição muito relevante. Seu manejo requer uma abordagem combinada cirúrgica e clínica, com uso prolongado de antibióticos, sendo reportadas taxas elevadas de falha terapêutica. No Brasil, os poucos artigos existentes descrevem situações clínicas particulares de cada serviço, sendo os estudos especialmente escassos na região Nordeste. Objetivo: Identificar características clínicas, epidemiológicas e fatores que impactam no desfecho desfavorável do tratamento de pacientes com osteomielite pós-traumática no Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe campus Lagarto (HUL). Método: Trata-se de um estudo observacional, tipo coorte histórica, no qual foram avaliados 24 pacientes com osteomielite após fraturas, atendidos no HUL entre setembro de 2022 e setembro de 2023. Resultados: Observou-se o predomínio de osteomielite pós-traumática em homens de idade média de 41,7 anos e sem comorbidades. Percebeu-se um predomínio de fraturas fechadas submetidas a tratamento cirúrgico (75%), sendo a tíbia (41,7%) o osso mais acometido. A presença de fístula com exsudação foi a apresentação clínica mais frequente (91,7%), sendo a febre o sintoma menos comum (20,8%). O S. aureus (25%) foi o microrganismo mais isolado, com K. pneumoniae presente em 16,7% e infecções polimicrobianas em 25% dos casos. Notou-se quantidades similares de S. aureus multissensíveis e resistentes à Meticilina (MRSA), no entanto, observou-se que 41,7% dos Gram negativos isolados eram multidroga-resistente (MDR). Evidenciou-se uma predileção pelo uso de Ciprofloxacino associado à Clindamicina como antibioticoterapia empírica (75%), com duração variando entre 15 e 30 dias. A maioria dos casos foi sido submetida a apenas uma abordagem cirúrgica. Foram identificados como fatores de risco para piores desfechos as infecções polimicrobianas, infecções por MRSA e múltiplas abordagens cirúrgicas. Conclusão: Para uma melhor eficácia no tratamento da osteomielite, deve-se aliar uma antibioticoterapia adequada, atentando-se para possibilidade de infecções polimicrobianas e por MRS, bem como um manejo cirúrgico precoce adequado.
Databáze: Directory of Open Access Journals