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O Brasil é o segundo país com mais casos de Hanseníase por habitantes no mundo. Isso configura uma grave questão de saúde pública, tendo em vista o crescimento preponderante do número de casos, em contrafluxo com o comportamento internacional, de redução de incidência dessa doença. Isso se deve ao fato dessa ser uma patologia multifatorial, influenciada por questões ambientais e socioeconômicas, sendo a ausência de políticas públicas determinantes do aumento de sua propagação. Assim, propõe-se analisar a distribuição territorial e a incidência de casos novos de Hanseníase em todo o Brasil, enfatizando as macrorregiões. Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo observacional, baseado em dados provenientes dos Boletins Epidemiológicos da Secretaria de Vigilância em Saúde, entre 2010 e 2019. Cabe salientar que foram calculadas incidências médias, mediante dados desses anos. No Brasil, no período averiguado, detectaram-se 301.638 casos novos de Hanseníase, caracterizando uma média das incidências de 14,9 casos a cada 100 mil habitantes. Quando investigado o cenário nas macrorregiões, constatam-se números elevados no Nordeste, uma vez que corresponde a 128.276 casos do total. Ademais, Norte e Centro-Oeste se destacam quanto à média das taxas de detecção geral, com 34,6 e 38,8/100 mil, respectivamente. O mesmo coeficiente por estado evidencia que Tocantins, Maranhão e Mato Grosso retratam conjunturas mais preocupantes, com taxas de prevalência de 78,5, 51,3 e 96,5 nessa devida ordem, sendo destaque Mato Grosso, com o maior índice do país. Por fim, comprovando a heterogeneidade brasileira, exibem os menores coeficientes as regiões Sul e Sudeste, com ênfase no Estado de São Paulo que apesar de ser o mais populoso, entre 2010 e 2019, expõe incidência de 3,2, e também o Rio Grande do Sul, cujos índices são os menores do país, com a média de 1,1/100 mil habitantes. Em suma, atesta-se a prevalência da Hanseníase em território nacional, sendo sua distribuição heterogênea, ao passo que algumas regiões são severamente acometidas, Nordeste, Norte e Centro-oeste, enquanto as demais permanecem estabilizadas. Esse comportamento se deve a vários fatores, como a ausência de políticas públicas para a demanda local e também desigualdades socioeconômicas no território brasileiro. Portanto, para que a meta de eliminação seja atingida, demanda-se tanto de políticas direcionadas, quanto do rastreio e diagnóstico precoces, reduzindo, consequentemente, sua transmissibilidade. |