LINFADENOPATIA DERMATOPÁTICA: UMA CAUSA INCOMUM DE LINFADENOMEGALIA

Autor: GM Campos, GB Marinho, LN Fritsch, LF Oliveira, KM Pereira, IB Rabelo
Jazyk: angličtina
Rok vydání: 2021
Předmět:
Zdroj: Hematology, Transfusion and Cell Therapy, Vol 43, Iss , Pp S506- (2021)
Druh dokumentu: article
ISSN: 2531-1379
DOI: 10.1016/j.htct.2021.10.872
Popis: Introdução: O aumento de linfonodos periféricos é manifestação comum a inúmeras doenças neoplásicas, autoimunes e inflamatório. A linfadenopatia dermatopática é uma doença benigna, rara, com incidência mal definida na literatura. Caracteriza-se por hiperplasia de região cortical dos linfonodos e coexiste com algumas doenças dermatológicas e oncológicas. Relato de caso: Mulher, 38 anos, procedente de Alfenas sul de Minas, procura consulta especializada no ambulatório de hematologia da UNIFAL-MG com astenia, febre intermitente há dois anos, evoluindo com aparecimento de linfonodomegalias, perda ponderal e hiporexia há quatro meses. Ao exame físico, linfonodos submandibulares, occipitais, axilares e inguinais fibroelásticos, móveis, sem sinais flogísticos, entre 0,5 e 2,0 cm de diâmetro. Ausência de lesões cutâneo-mucosas e articulares. As sorologias para HIV, HCV, HBV e HTLV eram negativas. Ao hemograma anemia discreta normocítica, sem linfocitose. Ausência de alterações em exames complementares. Indicamos a biópsia excisional do maior linfonodo (o cervical anterior superficial) que sugeriu hiperplasia linfoide folicular reacional com focos de linfadenopatia dermatopática sem atipias linfocitárias. O estudo imunohistoquímico revelou população mista de linfócitos B (CD20+) e T (CD3+) em distribuição habitual, com BCL2 negativo e focos de linfadenopatia dermatopática, com presença de pigmento melânico no interior de macrófagos. A paciente mantém seguimento semestral e está assintomática. Discussão: Linfadenomegalia generalizada com sintomas B deve ser investigada com cautela; as etiologias mais comumente envolvidas são reumatológicas, linfoproliferativas e inflamatório-infecciosas. O diagnóstico definitivo impõe estudo anátomo-patológico como foi realizado no caso. A linfadenopatia dermatopática é uma das causas incomuns de linfonodomegalia com hiperplasia de região cortical dos linfonodos. Ocorre devido a presença de células variadas que podem ser identificadas segundo técnica de imuno-histoquímica e presença de melanina no interior dos macrófagos. Tal condição pode ou não estar associada a doenças dermatológicas benignas tais como dermatite atópica e psoríase ou malignas como melanoma e linfoma de Hodgkin. O diagnóstico de linfadenopatia dermatopática é feito através de biópsia excisional dos linfonodos e estudo imunológico que garante a identificação celular. A presença de CD20+ e CD3+ identifica a população de linfócitos B e T respectivamente no interior dos linfonodos hiperplásicos além do pigmento melanocítico. Tanto a clínica quanto as características anátomo-patológicas e imunohistoquímicas descritas na literatura foram compatíveis com as apresentadas pela nossa paciente. Seguiremos com conduta expectante e reavaliações semestrais. Conclusão: Os casos de linfadenomegalia generalizada exigem investigação cautelosa. Linfonodos aumentados e crônicos, com perda ponderal, febre e sudorese merecem avaliação anátomo-patológica. No caso de linfadenopatia dermatopática, o seguimento para diagnóstico precoce de condições associadas deve ser realizado periodicamente.
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