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Pesquisas sobre visões de natureza da ciência (NdC) de alunos e professores da educação básica têm identificado, há décadas, uma predominância de visões consideradas “inadequadas”, “deformadas” ou “pouco informadas”. Boa parte dessas concepções estão relacionadas a uma confiança excessiva na autoridade da ciência, supervalorizando o papel da experimentação como forma de supostamente provar que as teorias científicas seriam verdadeiras. Essa questão se fortaleceu, na última década, como um dos desafios mais urgentes para a pesquisa em educação científica, em função do aumento do negacionismo científico, que envolve um questionamento também ingênuo da legitimidade de pesquisas científicas. Com base em estudos sobre a história da cosmologia do século XX, particularmente na controvérsia entre a teoria do Big Bang e do universo em Estado Estacionário, argumentamos que esse episódio tem potencial para promover discussões explícitas sobre o conceito de provas na ciência, e, portanto, de contribuir para a problematização de visões cientificistas e negacionistas na formação de professores. Esta pesquisa reforça empiricamente o argumento de que uma abordagem contextual de temas científicos, pautada na história da ciência contribui com a educação científica visando uma melhor compreensão da dinâmica científica. |