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Neste trabalho propõe-se uma análise do crescente fenômeno de perseguição a livros no Brasil, partindo de casos recentes de suspensão da novela gráfica do Diário de Anne Frank, em duas escolas brasileiras. Assumindo que não existe livro fora de uma estrutura social, cultural e econômica, a investigação se constitui como um estudo de caso, voltado para a compreensão de como esse fenômeno interpela a ideia de censura não como a regulação do que pode ou não ser lido, mas desenvolve uma concepção de leitura que seja apropriada para crianças e adolescentes. O trabalho demonstra como ocorrências de banimento, cerceamento e controle em outros países se relacionam com o caso, reverberando, no nível local, as iniciativas do movimento antigênero em escala a global. Também se discute como essa ofensiva tem na família um papel central e cada vez mais inquestionado no controle sobre os livros. |