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Introdução/Objetivos: Avaliar as características demográficas, de estilo de vida e clínicas associadas à presença de evento trombótico em pacientes com neoplasia maligna do sistema nervoso central (SNC). Materiais e métodos: Trata-se de um estudo multicêntrico do tipo coorte conduzido em cinco hospitais do Brasil com 177 adultos com neoplasia maligna do SNC de ambos os sexos diagnosticados entre início de 2021 a julho de 2023. Dados de prontuários foram analisados descritivamente e expressos em frequências absolutas e relativas, medidas de tendência central e dispersão. Foi analisada associação entre a presença do evento trombótico (qualquer evento sintomático ou incidental nas extremidades superior ou inferior objetivamente confirmados por meio de exame de imagem, exceto trombose de veia esplênica e eventos tromboembólicos arteriais) com as variáveis independentes através do Qui-quadrado, teste exato de Fisher e Mann-Whitney. Por fim, o Risco Relativo (RR) foi utilizado como medida de efeito. Resultados: A amostra foi composta majoritariamente por homens (n = 105; 60,7%). A média de idade foi de 52 anos (DP = 15,9). A prevalência de tabagismo, elitismo e obesidade foi 13,8%, 12,5% e 24,6%, respectivamente. A prevalência de eventos trombóticos foi 9,6% (n = 17). Entre os fatores associados ao evento trombótico, pacientes com histórico de trombose venosa profunda apresentaram percentual superior para evento trombótico quando comparados com aqueles sem histórico (50 vs 8,2%; p < 0,001 – RR = 2.14). Das características clínicas, pacientes com tumores de grau III e IV, e IDH não mutante tiveram maiores percentuais para eventos trombóticos, porém sem associação significativa (p > 0,050). Ao analisar a terapêutica pós-cirúrgica, pacientes que realizaram radioterapia e quimioterapia apresentaram RR = 1,14 (IC95% 1,07 – 1,21) e RR = 1,11 (IC95% 1,02 – 1,20), respectivamente. Quanto ao óbito dos pacientes, 17,9% apresentaram evento trombótico enquanto entre os vivos, 8,5% apresentaram o evento (p = 0,247 – RR = 1,11; IC95% 0,93 – 1,33). O tempo de seguimento mediano entre o evento trombótico e o status final foi de 2,8 meses (1 dia a 9 meses) e 3,84 meses (1 dia a 12 meses), respectivamente, para os pacientes que vieram a óbito e vivos (p > 0,050). Discussão: Nesta amostra preliminar, o estudo indica que pacientes com evento trombótico apresentam maior risco de evoluir a óbito em, aproximadamente, 3 meses pós-evento. Quanto ao histórico de saúde, a presença de trombose venosa profunda prévia e as terapêuticas pós-cirúrgicas associaram-se ao evento trombótico pós-diagnóstico. Embora a associação entre o evento trombótico e a demais características clínicas (i.e., grau tumoral, IDH, dentre outras) não tenha sido significativa, tais achados podem ser atribuídos ao tamanho amostral. Conclusão: Em pacientes com neoplasia maligna do sistema nervoso central, os fatores associados ao evento trombótico foram históricos de trombose venosa profunda, realização de radioterapia e quimioterapia. |