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O presente artigo busca efetuar um levantamento dos princípios semióticos pertinentes ao campo das histórias em quadrinhos e verificar de que forma esses elementos são utilizados na reconstrução da memória dos sobreviventes a partir dos incidentes ocorridos em 1956, e seus correlatos diretos, nos vilarejos de Khan Younis e Rafah na obra Notas sobre Gaza, do autor Joe Sacco. Como metodologia, utilizou-se a revisão bibliográfica, em especial a obra O sistema dos quadrinhos do autor belga, Thierry Groensteen, aliando outras concepções sobre o mesmo tema, como as analisadas, por exemplo, no segmento de Antônio Luiz Cagnin e, com base nesse levantamento, foram efetuadas análises das páginas selecionadas do quadrinho nas quais ocorre a reconstrução gráfica da memória das pessoas entrevistadas. Observou-se que a composição gráfica sequencial dessas memórias se dá a partir de elementos preponderantemente ortodoxos dentro da linguagem atribuída à semiótica dos quadrinhos, mantendo com isso a sobriedade dos relatos pertinentes à composição da obra enquanto quadrinho-reportagem. Concluiu-se, a partir daí, que as opções especificamente determinadas pelo autor, para elaboração dos trechos analisados se mostraram bastante efetivas. Estas operaram em fina sintonia, para a reconstrução memorialística, a partir das fontes orais – mantendo os pressupostos da reportagem. Assim, conseguiu entregar o componente dramático pertinente ao campo dos elementos icônicos das histórias em quadrinhos, sem perda ou obliteração da proposta inicial. |