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A literatura contemporânea, com destaque para o romance, passa por uma espécie de revisão no que tange a questões históricas. No caso específico da América Latina, esse processo revisional se volta para as diferentes ditaduras vivenciadas em seus países neste período. É nessa linha de raciocínio, a de propor uma reflexão sobre representações literárias de catástrofes coletivas sofridas por dois países sul-americanos no século XX, Brasil e Argentina, que este trabalho se organiza. Para tanto, foram selecionadas as autoras Adriana Lisboa e María Teresa Andruetto, devido à afinidade percebida em relação à construção de seus projetos estéticos. Há uma correlação, na obra das autoras, entre trauma coletivo e trauma individual e o papel da memória neste imbricamento. Como fundamentação teórica, poderão ser cotejados os conceitos de memória individual e memória coletiva (HALBWACHS, 2003); de elaboração do passado (GAGNEBIN, 2009); de memória familiar e memória geracional (CANDAU, 2016); bem como a noção de tempo passado (SARLO, 2005). |