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Introdução: Pacientes com diagnóstico de câncer, tratados sem sucesso com quimioterapia, radioterapia e cirurgia, passaram a ter novas opções terapêuticas com o avanço das técnicas de Medicina Molecular. O sistema imunológico, que inclui várias células na defesa contra patógenos, tem nos linfócitos T a chave para a coordenação da resposta imunológica. O desenvolvimento da imunoterapia, especialmente com o uso de receptores de antígenos quiméricos (CAR) em linfócitos T, modificando-os geneticamente, tem emergido como uma abordagem inovadora e eficaz no tratamento de tumores específicos. Objetivo: Analisar a terapia e suas especificidades, seus possíveis efeitos colaterais e resultados esperados. Metodologia: O presente trabalho foi realizado por meio de pesquisa bibliográfica, que consiste em revisão de literatura da temática abordada. Para tanto, foi utilizada a base de dados Scielo, utilizando os descritores: células CAR-T, câncer, imunoterapia. Resultados: O processo de produção das células CAR-T começa com a coleta das células T do paciente via leucaférese. As células são geneticamente modificadas usando um vetor viral para expressar o receptor de antígeno quimérico (CAR), tornando-as capazes de reconhecer e atacar células cancerosas. A terapia é atualmente aprovada para tratar leucemia linfoblástica aguda (LLA-B) em casos resistentes a tratamentos convencionais, mostrando alta eficácia. A CAR-T também trata outras doenças oncológicas como linfomas não Hodgkin de células B. Os ensaios clínicos demonstram que uma única infusão intravenosa dessas células pode induzir remissão completa na maioria dos pacientes previamente tratados. Apesar de ter surgido em 2010 nos Estados Unidos, no Brasil, a terapia foi desenvolvida pioneiramente em 2019 no Centro de Terapia Celular da USP, juntamente com o Instituto Butantan, levando a remissão completa do primeiro voluntário que se submeteu ao tratamento, o qual era acometido por linfoma não Hodgkin. Alguns efeitos colaterais como hipotensão, febre, leucopenia foram observados nos pacientes, no entanto, também foram relatados sintomas mais graves como Síndrome da liberação de citocinas (principalmente IL-6, IFN-γ, TNF-α ): e neurotoxicidade. Conclusão: Ante o exposto, pode-se concluir que a imunoterapia com células CAR-T, tem mostrado resultados promissores em estudos, combinando imunoterapia e medicina molecular. Este método representa uma esperança para pacientes com leucemia linfoblástica aguda e linfoma não Hodgkin de células B. No entanto, ao realizar o levantamento bibliográfico acerca do tema, é possível evidenciar que trata-se de um tratamento novo, em fase de testes, cujos efeitos colaterais ainda não foram completamente elucidados e sua eficácia não foi completamente comprovada. |